
Inelegível, não Invisível… Infelizmente
Impacto negativo de Bolsonaro na política brasileira deixa legado sombrio em nossa história
Por: Raul Modesto
É impossível falar de política atualmente sem citar o nome de Jair Messias Bolsonaro. Uma vez foi um vereador que subiu ao posto de deputado e, em 2018, foi eleito presidente da República. Jair assumiu o controle do país em uma época conturbada, ganhou popularidade como a maior figura antipetista do Brasil e teve que enfrentar uma crise de saúde global apenas um ano após o início de seu mandato.
Sua atuação contra a pandemia foi deplorável e desrespeitosa para toda pessoa que se considera brasileira. Suas falas diminuindo a gravidade da pandemia, seu descaso com as vacinas, sua tendência em zombar das mortes decorrentes da doença e sua paixão em fazer motociatas e passeios de jet-ski enquanto o povo clamava por sua ajuda fizeram de Bolsonaro um presidente extremamente controverso. Bolsonaro ainda hoje divide o país o: há quem o odeie e há quem o ame incondicionalmente . Além disso, conforme o tempo passava, Bolsonaro passou a assumir o discurso golpista como sua retórica padrão, retomando ideias do passado, passando a orgulhosamente gritá-las em rede pública e cultivá-las em meio aos seus apoiadores.
O fenômeno do Bolsonarismo, assim nomeado, abriu as portas do Brasil para o negacionismo e para o extremismo, problemas que antes existiam em menor escala e foram alimentados e expandidos para uma escala nacional, manchando o legado de nossa história. De repente, o povo que sempre era conhecido mundialmente como os antros da vacina e da prevenção, agora duvidava de sua capacidade e transportava boatos falsos, muito vistos nos Estados Unidos, para descredibilizar a vacina e a ciência. Conhecidos por seu orgulho na recém-conquistada democracia, os brasileiros passaram a ser incitadores de golpes, dividindo-se entre aqueles que sabem de sua história e aqueles que insistem em querer repetir seus erros.
O agora ex-presidente tornou-se um antro que reúne todas as ideologias extremistas e prejudiciais para o país, pegando ideias de governos de extrema-direita internacionais e trazendo para o Brasil - às vezes sem nem adaptar o discurso para a realidade brasileira - alimentando a separação entre o povo, criada pelo anti-petismo. A reação dos escândalos dos governos Lula e Dilma, provocou um movimento extremamente forte no Brasil, legado de seus antigos governos autoritários de direita.
É inegável a relevância da figura de Bolsonaro na política brasileira atual. Cada uma de suas falas cria debates e cada uma de suas ações movimenta centenas. Seus aliados agora são os mais debatidos para o sucederem em uma futura disputa presidencial e sua visão e atitude moldaram a nova direita que se instalou e se enraizou no Brasil. Entretanto, é justamente essa relevância que nós acreditamos ser a mais problemática. Nunca antes o jornalismo foi tão questionado quanto hoje. Nunca antes a verdade foi tão distorcida em prol de narrativas falsas e, em muitos casos, preconceituosas. Mais uma vez, a democracia está sendo questionada em prol de falsidade ideológica e promessas de um futuro próspero baseado em regimes que só trouxeram passados sombrios. E Jair Bolsonaro está no centro dessas promessas.
É por isso que a equipe de redação do Gazeta de Helena se coloca contra o radicalismo proposto por Bolsonaro e seus aliados e dizemos, em união: Inelegível, não invisível… Infelizmente.
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