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Turnstile, Never Enough: banda inova em mistura de gêneros junto ao hardcore

Junto do álbum, a banda também lançou um filme que conta com os videoclipes feitos para cada música

Após o lançamento do bem sucedido e aclamado álbum Glow On, em 2021, muito se esperava do que viria a seguir para o Turnstile. Advindos, da cena harcore punk de Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos, a banda furou as amarras da cena underground do punk, e alcançou o mainstream graças a mistura de diferentes gêneros musicais, junto ao hardcore rápido e energético já característico da banda, presentes no Glow On, resultando em três indicações ao Grammy, e causando uma enorme expectativa dos fãs para seu próximo álbum.

 

Essa ânsia dos fãs pelo novo material da banda foi, em parte sanado, quando em março de 2025, a banda anunciou o lançamento de seu quarto álbum de estúdio para junho do mesmo ano. Já em Abril, a banda deu uma prévia do que viria a ser o seu novo projeto, com o lançamentos de seus novos singles, “Never Enough” (que também vem a ser o nome do álbum), onde elementos atmosféricos feitos com auxílio de sintetizadores, uma novidade na composição da banda, se juntam a uma batida de rock alternativo, deixando bem claro qual a sonoridade a banda buscava em seu novo álbum. Já o outro singles, “Birds”, resgata a velocidade e explosão já características advindas das raízes hardcorianas da banda.

 

O álbum completo foi lançado no dia 6 de junho de 2025, contando com 14 músicas e um tempo total de 45 minutos e 14 segundos de duração. Junto do álbum, a banda também lançou um filme que conta com os videoclipes feitos para cada música. E essa cinematografia fica perceptível ao ouvir o álbum inteiro como um só. Aqui, a banda ousou no experimentalismo, sem abandonar as raízes rápidas e energéticas do hardcore americano, construindo um álbum conceitual, e que muito se assemelha em forma ao Dark Side of The Moon do ingleses do Pink Floyd, em que todas as faixas estão interligadas, fazendo com que o álbum funcione com uma só grande música.

 

Aqui a banda também inova ao apresentar colaborações com outros artistas, como o cantor inglês Dev Hynes nas faixas “Seein’ Stars”, “Never Enough” e “Look Out for Me”, e a lendária vocalista da banda de pop punk Hayley Williams, também na faixa “Seein’ Stars”. Além disso, esse também é o primeiro álbum cuja a nova guitarrista da banda, Meg Mill, participa das composições. Outros destaques do disco, são as faixas “Dull” e “Sunshower”, que fogem um pouco dos novos elementos que tentaram ser colocados aqui, e retomam o estilo de composição que a banda já havia adotado, com guitarras rápidas e o vocal característico do vocalista Brendan Yates.

 

No mais, o álbum serve para que o Turnstile continue quebrando as barreiras do underground e seguindo rumo ao mainstream, angariando uma legião de novos para a banda. Contudo, Never Enough fica devendo em relação ao seu antecessor, na medida em que exagera um pouco nos experimentalismos e se distância um pouco das raízes da banda, o que pode soar estranho aos ouvidos dos fãs mais antigos.

 

 

Autor: Daniel Henrique Ferreira

Texto produzido para a disciplina de PTJ III sob a orientação da professora Érica Moraes.

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